Tendências do varejo em seis highlights

Na tradicional devolutiva ao mercado, Grupo OM pontuou destaques capturados na edição remota 2021 do NRF Retail´s Big Show

O especialista em varejo Zeh Henrique Rodrigues, diretor da Brainbox e VP de Planejamento do Grupo OM Marketing & Comunicação, apresentou nesta quinta-feira os principais highlights observados no NRF Retail´s Big Show, maior evento de varejo do mundo, realizado em Nova York, que pela primeira vez foi transmitido de forma digital.

Após fazer um recorte sobre o cenário geral dos impactos das restrições impostas pela Covid-19 no cotidiano mundial – e na realização presencial do NRF Retail´s Big Show – Zeh Henrique dividiu sua apresentação em seis insights, intitulados: nostalgia cura, higiene mental, simples e conveniente, smartstores, social & live & selling e metaverse (o novo canal).

O especialista falou para um público de mais de 150 pessoas, que acompanharam a devolutiva pelo Canal do Grupo OM no YouTube (a live está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=j0eo-wf1UTI).

Nostalgia cura e higiene mental

Durante os lockdowns, as pessoas mudaram sua percepção sobre o tempo e a realidade. “Alusões saudosistas surgiram como recurso, uma muleta, uma forma encontrada para reduzir o estresse e sentirmos aquela sensação de pertencimento”, disse. Evocar lembranças e resgatar memórias faz da nostalgia a primeira das tendências para o varejo.

Como exemplo, ele citou a performance das vendas dos discos de vinil: um incremento de 50% em 2020 nos Estados Unidos; enquanto que no Reino Unido já se igualam aos números comercializados no começo da década de 90. Neste contexto, a Biblioteca Pública de Nova York resgatou os sons da cidade em um vinil intitulado The Missing Sounds of NY, buscando levar conforto aos ouvintes.

A busca por uma vida e alimentação mais saudáveis, bem como por experiências sensoriais e espirituais, também cresceu com a pandemia. Estes fatores geram oportunidades principalmente quanto ao desenvolvimento de produtos e serviços voltados a rituais de reconexão física e paz mental. “Nossa racionalidade despenca em momentos de stress. É por isso que serviços como academia, atendimento psicológico, meditação e tantos outros estão em alta”, fala.

A Garrett Leight, tradicional marca de acessórios, vislumbrou a oportunidade e criou um conjunto de lentes de óculos que, graças à cromoterapia, permite ao usuário atingir estados mais contemplativos.

Simples, conveniente e consciente

Zeh Henrique lembrou da era da simplicidade, onde as marcas assumem o papel de solucionar problemas diários dos consumidores, ampliando a sua relevância e promovendo a fidelização. “A simplificação de mix de produtos e serviços, das jornadas, de processos e dos meios de pagamento é imperativa para fidelizar clientes”, frisou.

Se já era desafiador manter a atenção do consumidor, em 2020 as marcas foram colocadas à prova. “Os consumidores ficaram ainda mais ansiosos, com menos paciência. Assim, uma jornada mais fluida, eficiente e eficaz faz com que o cliente saia satisfeito e retorne”, disse, citando dados que indicam que 7 a cada 10 compradores on-line no mundo têm abandonado o carrinho de compras em função das distrações do ambiente e do canal.

Na pegada da simplicidade e da solução de problemas, ele citou ideias como o auto-refill, serviços por assinatura e pre-order (compras antecipadas). Como exemplos, a Amazon Smart Dash, que lançou aplicativo para recompras automáticas de itens necessários; e a Freshly, com a proposta de oferecer por assinatura comidas prontas repaginadas, mais saudáveis e nutricionais. A marca, adquirida recentemente pela Nestlé, já vende cerca de 1 milhão de refeições por semana em 48 estados norte-americanos.

Também em alta serviços como a assinatura de automóvel, como oferecido pela Lynk & Co., com seguro e manutenção incluídos e com a possibilidade de sublocação. E a entrega de conveniência, praticidade e mobilidade da Gacha by Muji, uma espécie de carro autônomo e elétrico que leva diversas opções de serviço ao consumidor.

E entre as marcas com apelo verde, ele citou as marcas de vestuário Pangaia, a Ikea Spare Parts (que cria peças para reposição) e a chilena Algramo (que, em parceria com a Unilever, oferece refis de produtos de higiene e limpeza).

Smartstores e livestreamming

 

Segundo o especialista, estudos da KPMG apontam que em 2023, 25% do varejo físico deixará de existir. E, até 2025, 50% de todas as vendas do varejo serão on-line. “A tendência é transformar o e-commerce em experiências virtuais, onde o consumidor navega pela loja no ambiente on-line. É a digitalização da loja física”, observou.

Outra tendência são as chamadas dark stores, que passaram a atender exclusivamente os pedidos online; e o modelo de livestreaming, totalmente integrado com a tecnologia e com o conceito de merchaintment. Na China, marcas ajudam produtores rurais a migrar do off para o on, um universo com mais de 50 mil usuários cadastrados.

Encerrando a live Pós-NRF, Zeh Henrique falou sobre o metaverse como um novo canal. “A ideia do mundo virtual para trabalhar, jogar e socializar não é novidade, mas agora o próximo passo está na integração cada vez maior com o mundo real”, disse. A Microsoft e o Facebook são alguns dos gigantes investindo nos universos virtuais. “E o 5G vem aí, para botar pólvora nessa brincadeira”, acrescentou.

Aos espectadores, Zeh Henrique concluiu sua fala recomendando ao varejo possibilidades como a implementação de canais integrados com foco na simplicidade e convergência, a automatização do processo logístico, a integração de mídias sociais com soluções de pagamento, o desenvolvimento de delivery altamente eficiente, processos de frete e devolução grátis, além de espaços com menos mix e mais serviços.

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