Dado da pesquisa “RH em 2025”, da Koru, aponta para a urgência da nova NR-1
A saúde mental dos trabalhadores está em alta no debate público. Às vésperas da implementação da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), a qual define as diretrizes de saúde e segurança no trabalho no Brasil, em 25 de maio, 64% das empresas ainda não têm programa formal de saúde mental. O dado é da recente pesquisa “RH em 2025”, realizada pela universidade corporativa Koru e respondida por cerca de 200 gestores de RH de grandes empresas no país.
Enquanto isso, dados do Ministério da Previdência Social revelam que, em 2024, cerca de 472 mil brasileiros foram afastados do trabalho por episódios depressivos, transtornos de ansiedade e reações ao estresse grave, um aumento de quase 67% em relação ao ano anterior. Essa escalada evidencia uma realidade inadiável: “a necessidade de investir seriamente na saúde mental no ambiente de trabalho”, assegura Daniel Spolaor, CEO da Koru.
“Os números são mesmo alarmantes. Essa discrepância entre a gravidade dos dados e a preparação das empresas mostra que, sem a intervenção de políticas regulatórias eficazes, o ambiente corporativo continuará sendo um terreno fértil para o agravamento dos problemas de saúde mental”, diz o especialista. Com quase 20 anos de experiência, tendo atuado como diretor de Gente da Ambev para a América do Sul, da AmbevTech no Brasil e CHRO e COO da Falconi, Daniel acredita que a resposta para essa problemática vem na forma da nova NR-1. No entanto, dentro das empresas, a implementação da regra não deve ser vista apenas como uma resposta aos alarmantes índices de saúde mental – que, por exemplo, mostram um aumento de mais de 400% nos afastamentos por transtornos de ansiedade na última década.
“Esta é uma oportunidade para reestruturar a cultura organizacional ao construir um ambiente de trabalho mais humano, saudável e produtivo, pois o equilíbrio mental colabora diretamente para a disposição, a criatividade e produtividade geral do trabalhador. E se sentir apoiado pela empresa faz toda a diferença. Faz com que as pessoas se sintam mais seguras para se expressar e resolver as causas da improdutividade sem medo. Um ambiente que valoriza o bem-estar psicológico reduz os conflitos individuais e coletivos, tornando as relações entre a equipe mais harmônicas e melhorando o desempenho da empresa”, afirma Spolaor.
Entre as inovações, destacam-se aspectos como a inclusão de riscos psicossociais, como assédio moral, estresse, ansiedade e depressão; a implementação de um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), com a finalidade de identificar e mitigar riscos que possam comprometer a saúde mental e física dos colaboradores; adotar um Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) mais abrangente, com uma abordagem preventiva e integrada; introdução de medidas robustas para a gestão de emergências, com planos de ação bem estruturados para situações de crise, visando proteger a integridade dos trabalhadores.